A informação é proveniente de um novo relatório do Good Food Institute Europe (GFI Europe), um instituto internacional sem fins lucrativos, que, após analisar os dados da empresa NielsenIQ, revela que o setor de alimentos de origem vegetal em Portugal cresceu 7%, apenas desde o ano passado, e atingiu, em 2022 o recorde de 64,7 milhões de euros.

O relatório revela ainda que a inflação teve menor impacto nos preços dos alimentos de origem vegetal do que nos dos alimentos de origem animal. 

Segundo a Associação Vegetariana Portuguesa, uma das principais razões pelas quais a carne custa mais do que os alimentos simples de base vegetal prende-se com o facto de requerer significativamente mais recursos naturais: para produzir, por exemplo, 1 kg de carne bovina, são necessárias pelo menos 10 vezes mais água do que para produzir a mesma quantidade de fonte de proteína vegetal, como a das leguminosas. O elevado e real custo da carne reflete, em grande parte, os significativos custos ambientais e de recursos associados à sua produção. À medida que os consumidores se tornam mais conscientes do impacto de suas escolhas alimentares, podemos observar uma mudança para dietas baseadas em vegetais e um crescente interesse por escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.

Segundo o relatório da GFI Europe, tornado hoje público, alguns consumidores portugueses estão a substituir o leite de vaca por bebida vegetal, uma vez que o aumento em 12% das vendas, em número de unidades de bebidas vegetais, correspondeu a uma queda nas vendas do leite de vaca. 

A alternativa vegetal ao queijo, cuja venda de número de unidades aumentou 114% entre 2020 e 2022, teve um aumento de preço de apenas 2% no ano passado, enquanto que o preço do queijo de origem animal aumentou 12% no mesmo período.

As vendas de iogurtes vegetais aumentaram 51% entre 2020 e 2022, e o preço destes produtos diminuiu 4% no ano passado. No entanto, o preço dos iogurtes de origem animal aumentou 4%.

“Esses números revelam um mercado enorme e em rápido crescimento para alimentos de base vegetal em Portugal e mostram que as empresas precisam de continuar a desenvolver produtos novos e melhores para dar resposta à procura. O governo também deve investir em investigação e desenvolvimento do setor para ajudar a reduzir os preços e melhorar a qualidade dos produtos, para que cada vez mais consumidores possam fazer escolhas sustentáveis.”, refere Carlotte Lucas, Gestor sénior para relações corporativas da GFI Europe